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Programa Auxílio Filho Especial Ecofibra apoia colaboradores com filhos autistas

Programa Auxilio Filho Especial Ecofibra

A Ecofibra conta com um Programa denominado Auxílio Filho Especial, cujo objetivo é ajudar os colaboradores que tenham filhos com Transtorno de Espectro Autista (TEA). O objetivo do programa é contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora.

Maria Saukio, colaboradora da Ecofibra, conta sobre os desafios de seu dia a dia desde que seu filho fora diagnosticado com TEA. ”Quando o meu filho nasceu, de alguma forma eu sabia que ele era especial, que tinha algo ali que era diferente. Conforme ele foi crescendo, observamos que o desenvolvimento dele não estava dentro do comum, porque ele aprendia algumas coisas e esquecia, não gostava de toques na cabeça, nem de carinho, tampouco de lavar o cabelo ou usar toucas e bonés.

Apesar da parte motora ter se desenvolvido bem, ele andava na ponta dos pés ou de ré, corria de um lado para o outro sem parar e, quando ficava nervoso, batia com a cabeça na parede. A função que dava aos brinquedos não era comum, ao invés de empurrar o carrinho ele colocava de ponta cabeça e ficava girando as rodinhas. Há!! tinha fixação por rodas e se deitava no chão, ficando horas observando qualquer objeto que girava. Enfileirava brinquedos, objetos e até caixinhas de gelatinas.

 

A aceitação e o processo de compartilhar conhecimento 

 

Mas quando a fala não veio, quando chamávamos e ele não atendia, quando tampava os ouvidos e ficava girando em torno de si mesmo, percebemos que o conceito de que toda criança tem seu tempo não fazia muito sentido. Estava na hora de saber se todas as pesquisas que fazíamos na Internet e apontavam os sintomas para o autismo tinham fundamento.

Receber o diagnóstico do seu filho,  de uma condição em que você não conhece, só ouviu falar, é um balde de água fria em tudo que sonhou durante a gestação, em todos os planos que fez para aquela criança.

Um processo de luto que precisa ser vivido, mas não pode ser prolongado, porque seu filho está vivo e precisa de você. Precisa de uma força que você nem imaginava que teria e de um suporte que na verdade vai ser a sua base de vida. Onde mesmo já sendo mãe, foi necessário aprender tudo de novo.  E os questionamentos como: E o tratamento? Por onde começar? O que vai ser da vida do meu filho?

Os amigos somem, algumas pessoas da família também. Deixam de te convidar para almoços, festas, aniversários. Na verdade, você também perde a vontade de sair de casa com seu filho, porque o olhar das pessoas para o comportamento inadequado do seu filho machuca, porque machuca sempre ter que explicar que seu filho não é mal-educado e que ele também não é doente.

A aceitação faz parte do processo, e como pais entendemos que é uma condição que afeta o nosso filho, o autismo é a nossa criança!! Não é fácil entender os planos de Deus e aceitar tudo isso, mas quando você se depara com o preconceito e o julgamento das pessoas, você percebe que precisa defender seu filho e conscientizar as pessoas, porque compartilhar o conhecimento com elas é a melhor forma de melhorar essa condição.

 

Como conciliar o trabalho e não largar tudo para cuidar da criança? 

 

Então seu filho começa o tratamento, com as terapias que são de grande valia para o seu desenvolvimento, mas que mudam a sua rotina de vida.

Como conciliar trabalho e terapias? Porque é necessário trabalhar para ter acesso ao tratamento e tem que levar seu filho para as sessões de terapia, que são durante o horário de trabalho. Eu fui julgada por muitas pessoas por conta disso, que pensam: “onde já se viu, uma mãe ter um filho especial e não largar tudo para cuidar da criança?”

Os pais também precisam de cuidados para conseguir dar o suporte necessário à criança, manter a sanidade mental e o controle mediante as crises da criança, que são muito desgastantes e consomem nossas energias e até nossa esperança. Temos que acolher, aceitar a criança como ela é, mas também lembrar que ela precisa de educação. Dá muito mais trabalho quando o que se conhece em educação não se aplica e você tem que procurar alternativas porque seu filho enxerga as coisas de uma forma diferente.

Então se você, pai ou mãe, sentir um alerta que te diz que tem algo diferente acontecendo, escute seu coração e procure um médico.

Autismo não é uma doença, é um transtorno que tem tratamento e pode ajudar a melhorar a qualidade de vida da criança. Não se envergonhe, não se condene e não se abale com a condição atípica do seu filho. Temos um Deus maravilhoso que nos ajuda e nos revigora. O amor e o carinho que recebemos de nossos filhos fazem tudo ser gratificante e todo esforço valer a pena. Agradeço a Deus pela vida do meu filho e por tudo o que temos aprendido. Eu o amo do jeito que ele é e não mudaria nada nele.

Só tenho a agradecer à Ecofibra, afinal é o trabalho que mantém minha saúde mental, ainda mais quando a empresa te acolhe, apoia e trabalha junto com você quanto à conscientização. Nesse sentido, o Programa Auxílio Filho Especial contribui bastante para colaboradores como eu, que possuem filhos com esse tipo de transtorno.